sábado, 27 de novembro de 2010

Joaquim Ascenso - Bisavô - Pai de Maria Júlia da C.


Joaquim Ascenso

Joaquim Ascenso nasceu ás 11horas do dia 16 de Outubro do ano de 1923, no lugar de Telheiro, freguesia de Maceira, filho legitimo de José Ascenso de 25anos e de Adelina Ferreira de 24.
Era apelidado de Quim Cardoso das Cabras, alcunha que passo a explicar. Quim por ser Joaquim, Cardoso por a família do seu pai pertencer á família Cardoza e das Cabras porque ele era proprietário de um rebanho imenso de cabras.
Casou em 1947 e já contava com uma filha de 1 ano de idade, a minha avó, Maria Júlia.
Era temido por toda a aldeia e em redor. Conhecido por ser um homem muito mau, que andava sempre embriagado e que batia na mulher e filhos.
As agressões em casa eram, como costumo dizer, "o prato do dia", cada vez que chegava embriagado a casa  a pobre da mulher tinha de ser agredida, seja fisicamente, seja verbalmente.
Em 1972, mata a mulher de 46anos. Era costume ele bater na esposa e ameaça-la... Um dia cumpri-o a promessa. Matou Maria da Conceição á pancada e deixou o seu corpo 3 dias, na própria casa, até darem pela sua falta.

A minha avó, Maria Júlia, filha de Joaquim, relata:

" Eu já não morava com eles desde menina, vivia com a minha avó. Mas quando soube que a minha mãe tinha morrido, soube logo que tinha sido o meu pai. Ele chamava-lhe os mais arrepiantes nomes, batia-lhe. 
Fui logo para casa deles, eu, a minha irmã e o marido dela. Quando chega-mos as irmãs do meu pai estavam dentro de casa, e os maridos delas á porta, e não nos deixaram entrar até o corpo da minha mãe estar arranjado para o velório. Duraram uma eternidade, de lá de dentro saiu um amigo do meu pai. Um senhor muito influente a nível social e económico. Nada nos disse.
Por fim deram-nos autorização para entrar. O ar estava imundo, a casa toda limpa e o corpo da minha mãe deitado na cama, sem uma única pista do que se tinha passado. Por de trás das portas, estavam panos cobertos em sangue. a minha mãe tinha o crânio tapado com um lenço, á cabeça, como alias era normal.. Na altura não percebi porque ela tinha o lenço. Mas depois, quando vi a autopsia, percebi que o lenço estava lá para cobrir os hematomas e as profundas feridas no crânio. As minha tias, tinham limpo absolutamente tudo e encoberto um crime de violência domestica. Lavaram rigorosamente tudo. A policia só chegou ao local quando ela estava vestida, e aquele tal amigo do meu pai, como tinha conhecimentos na policia, disse que aquilo tinha sido um acidente. O meu pai nunca foi acusado de nada, mas confessou á minha avó - mãe da minha mãe - que se tinha arrependido do que tinha feito. A minha avó como tinha ficado viúva mandou fazer uma casa para ela e para mim...Entretanto casei-me e o meu pai como tinha parado de beber, vivia sozinho e era idoso e débil, veio viver connosco... O meu pai e a minha avó materna juntos.. Era horrível..Ela gritava-lhe ASSASSINO, e ele chorava para que ela o perdoa-se, mas ela morreu sem o perdoar. No dia em que a minha avó morreu ele chorou desalmadamente."

Ao meio-dia de 17 de Janeiro de 1985, Joaquim deu o ultimo suspiro. Morreu de um Acidente Vascular Cerebral. 

5 comentários:

  1. é realmnt arrepiant essa história, tambem tenho histórias pc boas, mas realmnt foi uma falta de respeito as tias da tua avo incobrirem o que o teu bisavo fez, espero que elas paguem bem caro, se já nao estiverem a pagar, elas, os maridos e o homem influente, porque limpou um assassinato com prestigio e dinheiro, ambos sujos com o sangue da tua bisavo... isto irrita-me a serio... com tdo o respeito mas ele tratou da tua bisavo de uma maneira asquerosa e animal, não se faz a ninguem...

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  2. Eu não desejo que eles paguem.. Gostava que reconhecessem o grande erro que cometeram. Gostava que as tias da minha avó reflectissem sobre o hediondo crime que é encobrir um crime com estas características. Sendo elas mulheres... Como puderam encobrir um crime de violência domestica?
    Como conseguiram limpar o sangue da cunhada como se fosse o de um animal??

    É só isso que eu gostava que elas respondessem, até porque o crime prescreveu á muitos anos..

    Até breve

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  3. a tua bisa não esteve em casa morta 3 dias mas sim 3 dias na capela do cemiterio do ARNAL MACEIRA á espera de ser aotopsiada digo

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  4. De visita, aqui deixo o meu profundo lamento pelo que sucedeu, e o apoio pela sua recuperação dessas memórias. Flávio, continue. A escrita é uma ferramenta libertadora. A sua forma de expôr é muito e eloquente e sincera. Portanto, cativante. Voltarei.

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  5. Ola Manuela,

    Muito obrigado pela visita e pelo comentário.
    De lamentar o sucedido mas agora só quero que as pessoas não tinham sofrido em vão e sejam lembradas...

    Flávio

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