Joaquim Ascenso
Joaquim Ascenso nasceu ás 11horas do dia 16 de Outubro do ano de 1923, no lugar de Telheiro, freguesia de Maceira, filho legitimo de José Ascenso de 25anos e de Adelina Ferreira de 24.
Era apelidado de Quim Cardoso das Cabras, alcunha que passo a explicar. Quim por ser Joaquim, Cardoso por a família do seu pai pertencer á família Cardoza e das Cabras porque ele era proprietário de um rebanho imenso de cabras.
Casou em 1947 e já contava com uma filha de 1 ano de idade, a minha avó, Maria Júlia.
Era temido por toda a aldeia e em redor. Conhecido por ser um homem muito mau, que andava sempre embriagado e que batia na mulher e filhos.
As agressões em casa eram, como costumo dizer, "o prato do dia", cada vez que chegava embriagado a casa a pobre da mulher tinha de ser agredida, seja fisicamente, seja verbalmente.
Em 1972, mata a mulher de 46anos. Era costume ele bater na esposa e ameaça-la... Um dia cumpri-o a promessa. Matou Maria da Conceição á pancada e deixou o seu corpo 3 dias, na própria casa, até darem pela sua falta.
A minha avó, Maria Júlia, filha de Joaquim, relata:
" Eu já não morava com eles desde menina, vivia com a minha avó. Mas quando soube que a minha mãe tinha morrido, soube logo que tinha sido o meu pai. Ele chamava-lhe os mais arrepiantes nomes, batia-lhe.
Fui logo para casa deles, eu, a minha irmã e o marido dela. Quando chega-mos as irmãs do meu pai estavam dentro de casa, e os maridos delas á porta, e não nos deixaram entrar até o corpo da minha mãe estar arranjado para o velório. Duraram uma eternidade, de lá de dentro saiu um amigo do meu pai. Um senhor muito influente a nível social e económico. Nada nos disse.
Por fim deram-nos autorização para entrar. O ar estava imundo, a casa toda limpa e o corpo da minha mãe deitado na cama, sem uma única pista do que se tinha passado. Por de trás das portas, estavam panos cobertos em sangue. a minha mãe tinha o crânio tapado com um lenço, á cabeça, como alias era normal.. Na altura não percebi porque ela tinha o lenço. Mas depois, quando vi a autopsia, percebi que o lenço estava lá para cobrir os hematomas e as profundas feridas no crânio. As minha tias, tinham limpo absolutamente tudo e encoberto um crime de violência domestica. Lavaram rigorosamente tudo. A policia só chegou ao local quando ela estava vestida, e aquele tal amigo do meu pai, como tinha conhecimentos na policia, disse que aquilo tinha sido um acidente. O meu pai nunca foi acusado de nada, mas confessou á minha avó - mãe da minha mãe - que se tinha arrependido do que tinha feito. A minha avó como tinha ficado viúva mandou fazer uma casa para ela e para mim...Entretanto casei-me e o meu pai como tinha parado de beber, vivia sozinho e era idoso e débil, veio viver connosco... O meu pai e a minha avó materna juntos.. Era horrível..Ela gritava-lhe ASSASSINO, e ele chorava para que ela o perdoa-se, mas ela morreu sem o perdoar. No dia em que a minha avó morreu ele chorou desalmadamente."
Ao meio-dia de 17 de Janeiro de 1985, Joaquim deu o ultimo suspiro. Morreu de um Acidente Vascular Cerebral.
é realmnt arrepiant essa história, tambem tenho histórias pc boas, mas realmnt foi uma falta de respeito as tias da tua avo incobrirem o que o teu bisavo fez, espero que elas paguem bem caro, se já nao estiverem a pagar, elas, os maridos e o homem influente, porque limpou um assassinato com prestigio e dinheiro, ambos sujos com o sangue da tua bisavo... isto irrita-me a serio... com tdo o respeito mas ele tratou da tua bisavo de uma maneira asquerosa e animal, não se faz a ninguem...
ResponderEliminarEu não desejo que eles paguem.. Gostava que reconhecessem o grande erro que cometeram. Gostava que as tias da minha avó reflectissem sobre o hediondo crime que é encobrir um crime com estas características. Sendo elas mulheres... Como puderam encobrir um crime de violência domestica?
ResponderEliminarComo conseguiram limpar o sangue da cunhada como se fosse o de um animal??
É só isso que eu gostava que elas respondessem, até porque o crime prescreveu á muitos anos..
Até breve
a tua bisa não esteve em casa morta 3 dias mas sim 3 dias na capela do cemiterio do ARNAL MACEIRA á espera de ser aotopsiada digo
ResponderEliminarDe visita, aqui deixo o meu profundo lamento pelo que sucedeu, e o apoio pela sua recuperação dessas memórias. Flávio, continue. A escrita é uma ferramenta libertadora. A sua forma de expôr é muito e eloquente e sincera. Portanto, cativante. Voltarei.
ResponderEliminarOla Manuela,
ResponderEliminarMuito obrigado pela visita e pelo comentário.
De lamentar o sucedido mas agora só quero que as pessoas não tinham sofrido em vão e sejam lembradas...
Flávio